A Ford F-1000 é uma picape dos tempos em que desempenho era sinônimo de valentia, resistência e força bruta, portanto, bem antes da geração de caminhotes urbanas e tecnológicas.
A melhor fase da caminhonete “avó da Ranger” ocorreu em 1992, quando ganhou nova “cara”, com linhas mais fluidas e modernas. A missão da Ford era abocanhar o mercado da Chevrolet D-20, conhecida por sua robustez e confiabilidade.
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É dessa safra o raríssimo e colecionável modelo 1994 das fotos e que está à venda através do comerciante e influencer automotivo Alex Fabiano, o famoso GG da World Premium Classic Cars.
Pintada na provocante cor vermelha Sunburst (a mesma do Escort XR3), a picape enxutona tem cheiro de nova. Pudera, pois são menos de 10.900 km marcados no hodômetro e com restauração perfeita da renomada oficina de clássicos By Deni.
O cluster é bem completo, reunindo velocímetro, conta-giros, indicadores de nível de combustível, do líquido de arrefecimento, pressão do óleo e, não menos importante, pressão da turbina.
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O acabamento do banco e forrações de porta e painel na cor cinza transmitem clareza e amplitude à cabine. Por falar no banco, ele é inteiriço, o que ajuda a acomodar o terceiro passageiro.
Como toda joia rara tem o seu alto valor agregado, o preço da F-1000 Super Série Turbo 1994 não é acessível para a maioria. A pedida é de R$ 490 mil, o mesmo valor de uma Ranger Raptor 0 km. E aí, você pagaria esta quantia, só para ter o gostinho de ter uma das clássicas caminhonetes da Ford mais novas que se tem notícia no Brasil?
Rival da D20
Imagem: Agência HKCD
Em 1979, a Ford apostou numa nova fase de sua picape de entrada, a F-1000, pois a pequena Pampa – a primeira picape da Ford derivada de um carro médio no Brasil – só chegaria em 1982.
Sucessora da primeira caminhonete nacional F-100, a F-1000 estreou com motor de quatro cilindros de 3,9 litros fornecido pela MWM (229/4) acompanhado de uma caixa de câmbio manual de quatro marchas.
Isso garantiu 83 cv a 3.000 rpm (ABNT) e torque de 25,3 kgfm a 1.600 rpm. Em termos de desempenho, era razoável. Alcançava a velocidade máxima de 125 km/h e um 0-100 km/h em longos 29 segundos. Mas a grande vantagem, comparada à sua antecessora, estava no consumo, por volta de 40% mais econômica.
Atrelado a isso, o custo do diesel também era favorecido ao motorista que economizava até 45% se comparado com o valor da gasolina.
Outras melhorias vieram com freios dianteiros a disco ventilado, direção hidráulica (opcional), pintura em dois tons, retrovisor do lado direito, de acordo com a versão (Básica e Luxo).
Outro avanço no projeto veio com a capacidade de carga que teve de ser ampliada para 1.005 kg por conta da legislação brasileira que proíbe veículos a diesel que transportem carga inferior a uma tonelada.
Motor 3.6 e novo visual

Imagem: Agência HKCD
Em 1985, a Ford F-1000 ganhou outras variações, como a versão SSS – (Super Série Special, edição limitada de 2.000 unidades). Além desta, também foi lançada a Ford F-1000 A (de “álcool” já que antes não havia a denominação etanol) com motor 3.6 de seis cilindros em linha e 112 cv.
No ano de 1986, a caminhonete ganhou nova reestilização frontal com grade plástica de quatro faróis retangulares, que deram ao utilitário um estilo mais agressivo ao conjunto.
O propulsor desta versão que aparece nas fotos é o MWM TD 229-4, de quatro cilindros, a diesel que, com a ajuda de um turbocompressor, fornece a potência de 122,4 cv e bons torque de 37 kgfm, disponíveis a partir das 1.600 rpm. O câmbio é manual, de cinco marchas.
Com isso, a F-1000 faz de zero a 100 km/h em 17 segundos e crava a velocidade máxima de 144 km/h. No consumo, segundo dados da época, são 9 km/l no ciclo urbano e 11,5 km/l no perímetro rodoviário.

Imagem: Agência HKCD