O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), relacionou a greve do Metrô de São Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) que acontece nesta terça-feira (3) a uma “confusão de sindicatos com partidos políticos”.
Funcionários do Metrô, da CPTM e da Sabesp estão paralisados em protesto contra as concessões, terceirizações e privatizações propostas pelo governo estadual.
“Infelizmente, hoje a gente tem uma confusão de sindicatos com partidos políticos. Partidos que mostram que não têm a menos disposição para dialogar e que estão pleiteando eleição municipal. O que será de uma cidade governada por uma pessoa que não quer dialogar com o governo? O enfrentamento de mazelas importantes demanda diálogo”, declarou Tarcísio durante coletiva de imprensa.
A fala do governador faz referência ao fato de que Camila Lisboa, presidenta do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, é filiada ao PSOL, partido do deputado federal Guilherme Boulos, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo apoiado pelo PT. Tarcísio, por sua vez, estará no palanque do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tentará a reeleição.
Em publicação feita no X, anteriormente conhecido como Twitter, Camila rebateu Tarcísio e acusou o governador de não investir no metrô estatal e atender aos interesses de quem quer lucrar com o transporte público do estado.
Interesses políticos e ideológicos, senhor governador, é querer vender São Paulo para atender aos interesses de bilionários que querem lucrar com o transporte público enquanto a população sofre com o caos diário das linhas privatizadas e da falta de investimento no metrô estatal. https://t.co/iRgo0zDgFV
— Camila Lisboa (@CamilaRDLisboa) October 3, 2023
Metrô e CPTM sem perspectiva de retorno
Os presidentes do Metrô-SP e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) afirmaram, na manhã desta terça-feira (3), que ainda não há qualquer perspectiva de retomada dos serviços paralisados pela greve.
Conforme disse Pedro Moro, presidente da CPTM, durante coletiva de imprensa convocada nesta terça-feira pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), as linhas de trem que não funcionam ou funcionam parcialmente nesta terça não devem voltar a funcionar por falta de pessoal.
“Não há nenhuma perspectiva de outras linhas voltarem a funcionar por falta de contingente para isso”, declarou.
Já o presidente do Metrô, Julio Castiglioni, afirmou que as 4 linhas paralisadas não devem voltar a funcionar normalmente, pelo menos, até 14h desta terça.
“As linhas 1, 2, 3 e 15 estão sem previsão de funcionamento até as 14h. Também não há um bom prognóstico após este período.”
Veja, a seguir, quais linhas estão em funcionamento e quais estão paralisadas.
Linhas em funcionamento:
- Linha 4–Amarela (metrô/ViaQuatro): de Vila Sônia até Luz
- Linha 5–Lilás (metrô/ViaMobilidade): de Capão Redondo até Chácara Klabin
- Linha 8–Diamante (trem/ViaMobilidade): de Itapevi até Júlio Prestes
- Linha 7–Rubi (CPTM): de Luz até Caieiras (Operação Parcial)
- Linha 9–Esmeralda (trem/ViaMobilidade): de Osasco até Bruno Covas/Mendes–Vila Natal
- Linha 11–Coral (CPTM): de Luz até Guaianases (Operação Parcial)
Linhas paralisadas:
- Linha 1–Azul (Metrô)
- Linha 2–Verde (Metrô)
- Linha 3–Vermelha (Metrô)
- Linha 15–Prata (Metrô)
- Linha 10–Turquesa (CPTM)
- Linha 12–Safira (CPTM)
- Linha 13–Jade (CPTM)
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região determinou a manutenção dos serviços de transporte em 100% nos horários de pico e 80% nos demais períodos. No entanto, a paralisação está sendo mantida.
Por causa da greve, o rodízio de veículos foi suspenso pela Prefeitura de São Paulo, que ainda determinou toda a frota de ônibus esteja rodando durante todo o dia, e ampliou o itinerário ou reforçou as frotas de algumas linhas municipais de ônibus.
Veja também: Decisão da Justiça que proíbe greve no Metrô de São Paulo chama movimento de “político”