21 de dezembro de 2024 13:41

Santa Casa de Mogi avança com novo modelo de gestão empresarial e de eficiência contábil

Provedor José Carlos Petreca deixa o cargo no domingo (8): finanças equilibradas e sustentabilidade empresarial inédita na história da Santa Casa. Foto: Ass Imprensa da (SCMC)

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O moderno Centro de Diagnóstico por Imagens (CDI) da Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes, com recepção confortável, salas de exame reestruturadas e equipamentos próprios, de última geração, para tomografia, ressonância magnética, mamografia, eletrocardiograma, densitometria óssea e raio X, reúne uma parcela dos avanços registrados pela entidade nos últimos quatro anos.

A bateria de obras concluídas e em execução na Santa Casa materializa o trabalho abnegado do provedor José Carlos Petreca e seus parceiros da mesa diretiva. No próximo domingo (8), ele deixa o cargo e um legado de sustentabilidade empresarial inédito nos 151 anos de existência da filantrópica, principal pilar de assistência médico-hospitalar de pacientes da saúde pública no Alto Tietê.

A reestruturação que alicerçou a eficiência e agilidade dos exames de diagnóstico também contemplou o laboratório de análises clínicas e o banco de sangue da unidade, além da aquisição de equipamento para videolaparoscopia (procedimento cirúrgico minimamente invasivo para diagnosticar e tratar doenças na região abdominal ou pélvica). Essas intervenções lastrearam outras conquistas como a certificação no Programa de Qualidade em Mamografia (PQM), do Instituto Nacional do Câncer (Inca)/Ministério da Saúde. É o único hospital do Alto Tietê a ostentar este certificado.

Enquanto o hospital se prepara para ganhar quatro novas acomodações na UTI Neonatal, ampliando sua capacidade total de 188 para 192 leitos, os pacientes já usufruem dos três novos leitos PPP (pré, parto e pós-parto), assim como de dois outros da modalidade Canguru (em que a mãe tem o conforto de repousar ao lado do seu bebê). A UTI Adulto dispõe de nove leitos (oito deles para pacientes SUS) e dez leitos de UTI Neonatal (nove deles para atender SUS). Cerca de 85% dos atendimentos realizados pela filantrópica são de pacientes da saúde pública. Seis em cada dez internações hospitalares de Mogi das Cruzes são feitas pela Santa Casa.

Quem circula pelas dependências da Santa Casa, um prédio de três andares, pode constatar faces da revolução física e funcional que elevou em perto de 30% o volume de atendimentos prestados a pacientes SUS, além de ampliar a resolutividade de casos e a qualidade dos serviços a níveis nunca antes alcançados. A reforma do Pronto-Socorro, ponto de maior movimento da instituição, otimizou os cerca de 14 mil atendimentos mensais. “Ainda há muito a se fazer, porque o hospital é um organismo vivo, alvo de demandas contínuas. Mas, fico feliz em dizer que concluímos o primeiro ciclo de avanços”, observa Petreca.

Longe da peculiar modéstia de Petreca, está consolidada uma conquista inédita: a sustentabilidade empresarial da Santa Casa. A entidade saiu de um déficit mensal de R$ 2,5 milhões, acumulado a cada mês com sucessivos empréstimos visando bancar despesas, para o pleno equilíbrio de suas finanças. Ao mesmo tempo, quitou uma dívida acumulada de cerca de R$ 20 milhões e pôs fim aos atrasos nos pagamentos de médicos e fornecedores.

Segundo Petreca, a Santa Casa está prestes a fechar 2024 com o melhor balanço financeiro da sua história. O projeto de melhoria contínua, que mudou o perfil de unidade deficitária para entidade empreendedora, foi alinhavado no final de 2018, na gestão do saudoso provedor Austelino Pinheiro de Mattos, que tinha o atual como vice. Nos meses finais de 2020, a ideia começou a ganhar forma.

Com a gestão profissional e moderna, veio a geração de receita com o atendimento a convênios e pacientes particulares. Não tardou para as contas começarem a entrar nos eixos. O saneamento financeiro permitiu ampliar e modernizar as instalações, adquirir equipamentos para prestar serviços antes terceirizados, reformular o corpo clínico, criar um capital de giro e um fundo de reserva, além do principal: a otimização de todos os serviços e o aumento do número de atendimentos clínicos e cirúrgicos pelo SUS. “Deixamos de ser meros pedintes de recursos dos entes federativos, sem solução definitiva, e passamos a agir. Com a receita de particulares e convênios, financiamos os investimentos na saúde pública”, explica Petreca que assumiu a Provedoria no final de 2019, após o falecimento de Mattos, foi eleito em 2020 e reeleito em 2022 para a atual gestão.

O time de aproximadamente 700 funcionários também recebeu especial atenção de Petreca e integrantes da Mesa Administrativa. A Santa Casa passou a oferecer convênio de saúde, médica e odontológica, para colaboradores e seus dependentes. Paralelamente, investiu pesado em humanização do atendimento, com ações periódicas para envolver toda a equipe com o objetivo de proporcionar aos pacientes a necessária acolhida, além da assistência médica eficiente.

Só quem está envolvido sabe o quanto é agradável fazer parte do time da Santa Casa”, sintetiza Petreca, ao deixar uma mensagem de incentivo à Mesa Administrativa eleita, que tem como provedora a presidente da Associação de Voluntários da Santa Casa de Mogi das Cruzes (Avosc) e uma de suas fundadoras, Miriam Nogueira do Valle. Ela será a primeira mulher a ocupar o cargo na história da instituição.

Mineiro mogiano
Aos 76 anos, casado com Vera Lúcia, pai de três filhas e avô de cinco netos, José Carlos Petreca é mineiro de Muzambinho, mas mogiano de coração. Veio morar em Mogi das Cruzes em 1981, transferido da unidade paulistana de Furnas Centrais Elétricas. Entrou na empresa com 20 anos de idade, após passar em concurso público. Atuou na área de sistemas de transmissão de energia elétrica até a aposentadoria. Foi seu primeiro emprego formal.

Já aposentado, concluiu o curso superior de Engenharia de Software e se manteve atuando na implantação de sistemas de transmissão de energia elétrica como profissional independente até 2019, quando optou pela dedicação integral à Santa Casa. Apaixonado pela filantrópica, corintiano e adepto da leitura como hobby, Petreca é amável, de sorriso fácil e sempre pronto a ajudar. A versatilidade de pessoa multitarefas vem das origens. Antes do primeiro emprego formal, foi alfaiate, encadernador de livros e trabalhou com caminhão. Na próxima gestão (2024-2026), Petreca permanecerá na mesa diretiva como integrante do Conselho Fiscal.

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