Terminaram na segunda-feira (3) as obras da Prefeitura de Santos de reconstrução de uma área de 2.250,91m² da encosta do Morro do Pacheco, entre as ruas 7 e 8, voltadas para a estabilização e proteção do talude.
Os serviços envolveram a criação de um sistema de drenagem pluvial em metade da encosta, composto por 65m de canaletas de concreto no meio do talude, responsável por captar o volume de água e encaminhá-lo para a escada hidráulica, com 60m de extensão. A escada hidráulica está interligada ao sistema de drenagem já existente, por meio de uma caixa de captação.
Também foram fixados, em área acima da canaleta, 360m de drenos horizontais profundos para retirar o excesso de água do interior da encosta, contribuindo para o alívio da pressão sobre o local.
“Após capinação, limpeza e regularização manual da área, serviços seguidos de escavações, o talude foi protegido e estabilizado com a execução de solo grampeado em 2.173m² ancorado em rocha”, explicou o engenheiro civil Márcio Augusto Salgueiro Lima, da Seinfra (Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos), responsável pela supervisão das obras.
Na etapa inicial, foi retirada grande quantidade de terra para promover depois o retaludamento da área, de forma a nivelar o terreno e garantir sua posterior estabilização, prosseguiu o engenheiro. Retaludamento é um processo de terraplanagem pelo qual se alteram, por cortes ou aterros, os taludes originalmente existentes em um determinado local.
Cerca de 1.022m² receberam revestimento em concreto projetado e outros 1.150,15m², em solo verde, ou seja, tela hexagonal com geomanta biodegradável e plantio de grama em placas em toda essa área. A metade superior do talude, com altura máxima de 37m, recebeu face em concreto projetado e, na metade inferior, face em solo verde.
SOLO GRAMPEADO
A técnica de solo grampeado é ponto fundamental da obra de contenção, responsável por interligar a superfície do talude com as camadas rochosas do maciço, garantindo a ancoragem necessária para reduzir ao mínimo a possibilidade de novos movimentos de terra por gravidade.
Assim como em outras localidades, a exemplo dos morros do Marapé, Caneleira, José Menino, o projeto no Pacheco envolveu a instalação de 6.769m de grampos de aço para ancoragem do solo grampeado, com perfuração em terra e em rocha; revestimento de concreto projetado (jateado por mangote), com espessura de 10cm, sobre armação com tela; aplicação de geocomposto para drenagem em 1.022,16m² e de geomanta flexível de filamentos de polipropileno em 1.150,15m².
Sob a geomanta, foi aplicada terra vegetal em 172,52m³ para o plantio de grama em placas, de forma a recompor o terreno.
Márcio Lima acrescenta que o projeto envolveu também o assentamento de um sistema auxiliar de drenagem com 120,92m de tubo de PVC (policloreto de vinila), construção de quatro poços de visita e de uma escada hidráulica com cerca de 170 degraus e piso de concreto, para reduzir a força e a velocidade da água pluvial pela encosta.
INVESTIMENTO
As obras de reconstrução desse trecho de encosta do Morro do Pacheco, indicadas em laudo da Defesa Civil Municipal, foram realizadas pela Geologus Engenharia, vencedora da concorrência pública.
As intervenções representam um investimento de R$ 3.662.203,09, sendo R$ 98.676,39 do orçamento municipal e o restante, recursos obtidos junto ao Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento), via Caixa Econômica, do governo federal.
