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Criada em uma garagem na cidade de Palo Alto, na Califórnia, em 1939, a HP, acrônimo dos sobrenomes dos amigos William “Bill” Hewlett e David “Dave” Packard, tornou-se sinônimo de inovação, ou melhor, a garagem da HP ficou conhecida como “o berço do Vale do Silício“.
Quase 86 anos depois e avaliada em US$ 25 bilhões, essa mesma empresa, que domina os mercados de PCs e soluções para impressão, tem um novo desafio: comunicar a seus clientes seu novo foco em serviços integrados e fomentar uma construção de marca baseada nas experiências proporcionadas aos colaboradores. Em outras palavras, a HP quer se posicionar como uma empresa de “employee experience design”, o EXD.
Carlos F. Cortés, Presidente da HP no México, ao apresentar o Índice de Satisfação do Trabalho, realizado globalmente pela empresa, destacou que apenas 20% dos trabalhadores mantêm uma relação saudável com o trabalho. A pesquisa ouviu 18,2 mil profissionais em 14 países, incluindo México, Brasil e Argentina.
“Nosso objetivo, neste novo contexto de trabalho e sociedade, é ser uma grande facilitadora da satisfação no trabalho e pessoal. A IA não está mais unicamente na nuvem: hoje ela está dentro do equipamento, e não requer conexão para ser utilizada. Isso marca uma nova era para o trabalho híbrido”, destacou, explicando que, antes de levar isso para os clientes, a empresa, que tem quase 60 mil funcionários, levou o conceito inicialmente dentro de casa.
O presidente da HP usa como exemplo as aplicações que a empresa já faz como parceira global da escuderia Ferrari, na Fórmula 1. Aplicamos tecnologia, refinamos os dados e usamos isso como uma forma de melhorar ainda mais a experiência dos pilotos e das equipes. Essa lógica se aplica para qualquer empresa que temos como parceiros”, reforça.
A HP aplica o design de experiência do funcionário por meio de plataformas e serviços focados nas necessidades dos funcionários. Dentre os exemplos estão a plataforma de aprendizagem “Brain Candy” e a Workforce Experience Platform (WXP) para gestão de TI. “Essas iniciativas, que incorporam o feedback dos funcionários e usam o design thinking para aprimorar o ambiente de trabalho, visam aumentar a produtividade, o engajamento e a retenção, oferecendo soluções personalizadas e relevantes ao longo da jornada do funcionário”, destaca Gabriel Romero, Gerente de Soluções da HP no México.
O desafio narrativo da HP
Se, por um lado, existe a oportunidade de se reinventar como companhia e trazer mais valor agregado, há também o desafio de comunicar isso ao mercado. No caso específico da ideia de experiência do colaborador, barreiras culturais precisam ser quebradas, como explica Armando Halbinger, CMO da HP para Norte Latam. “O grande desafio das empresas hoje não é apenas tecnológico, mas narrativo. É mostrar, especialmente para líderes e colaboradores, que o trabalho pode, e deve, ser mais do que um conjunto de tarefas repetitivas. Como disse um CIO recentemente, o papel do líder moderno é empreender dentro da própria organização, transformando frustrações típicas dos empregados, tarefas monótonas, processos lentos, burocracia em experiências mais leves e criativas.”
Ainda de acordo com Armando, graças à tecnologia e à Inteligência Artificial, aquilo que antes era chato pode se tornar divertido e inspirador. “Esse conceito também pode se estender para outras áreas. Em nosso último anúncio, por exemplo, mostramos como uma simples tarefa escolar de matemática pode ganhar vida com o uso de uma impressora: números se transformam em cores, imagens e histórias. O mesmo princípio vale para o mundo corporativo — com as ferramentas certas, o trabalho pode ser um espaço de aprendizado, descoberta e significado.”