Os presidentes da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) afirmaram, na manhã desta terça-feira (3), que ainda não há qualquer perspectiva de retomada dos serviços paralisados pela greve.
Conforme disse Pedro Moro, presidente da CPTM, durante coletiva de imprensa convocada nesta terça-feira pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), as linhas de trem que não funcionam ou funcionam parcialmente nesta terça não devem voltar a funcionar por falta de pessoal.
“Não há nenhuma perspectiva de outras linhas voltarem a funcionar por falta de contingente para isso”, declarou.
Já o presidente do Metrô, Julio Castiglioni, afirmou que as 4 linhas paralisadas não devem voltar a funcionar normalmente, pelo menos, até 14h desta terça.
“As linhas 1, 2, 3 e 15 estão sem previsão de funcionamento até as 14h. Também não há um bom prognóstico após este período.”
Veja, a seguir, quais linhas estão em funcionamento e quais estão paralisadas.
Linhas em funcionamento:
- Linha 4–Amarela (metrô/ViaQuatro): de Vila Sônia até Luz
- Linha 5–Lilás (metrô/ViaMobilidade): de Capão Redondo até Chácara Klabin
- Linha 8–Diamante (trem/ViaMobilidade): de Itapevi até Júlio Prestes
- Linha 7–Rubi (CPTM): de Luz até Caieiras (Operação Parcial)
- Linha 9–Esmeralda (trem/ViaMobilidade): de Osasco até Bruno Covas/Mendes–Vila Natal
- Linha 11–Coral (CPTM): de Luz até Guaianases (Operação Parcial)
Linhas paralisadas:
- Linha 1–Azul (Metrô)
- Linha 2–Verde (Metrô)
- Linha 3–Vermelha (Metrô)
- Linha 15–Prata (Metrô)
- Linha 10–Turquesa (CPTM)
- Linha 12–Safira (CPTM)
- Linha 13–Jade (CPTM)
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região determinou a manutenção dos serviços de transporte em 100% nos horários de pico e 80% nos demais períodos. No entanto, a paralisação está sendo mantida.
Por causa da greve, o rodízio de veículos foi suspenso pela Prefeitura de São Paulo, que ainda determinou toda a frota de ônibus esteja rodando durante todo o dia, e ampliou o itinerário ou reforçou as frotas de algumas linhas municipais de ônibus.
Sindicatos fazem greve contra privatizações
A paralisação das categorias acontece para protestar contra as concessões, terceirizações e privatizações que foram propostas pelo governo estadual.
O Sindicato dos Metroviários afirma que o direito à greve é constitucional.
“Cabe aos trabalhadores definirem os interesses pertinentes às suas categorias. Os trabalhadores do transporte e da água prestam serviços públicos e queremos que esses serviços permaneçam sendo públicos e de qualidade”, cita.
O Sindicato dos Ferroviários explica que “os trabalhadores estão dando um basta nesse processo pernicioso que é a privatização do transporte público metroferroviário em São Paulo! Basta: a população está sofrendo com a queda na qualidade dos serviços prestados nas linhas concedidas”.
Governo diz que greve é “ilegal e abusiva”
O governo de São Paulo afirmou, na última segunda-feira (2), que a greve do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp é “ilegal e abusiva”.
“É absolutamente injustificável que um instrumento constitucional de defesa dos trabalhadores seja sequestrado por sindicatos para ataques políticos e ideológicos à atual gestão”, disse a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) em nota.
Segundo o comunicado, a greve não foi convocada para reivindicar questões salariais ou trabalhistas, “mas, sim, para que os sindicatos atuem, de forma totalmente irresponsável e antidemocrática, para se opor a uma pauta de governo que foi defendida e legitimamente respaldada nas urnas”.
Veja também: Decisão da Justiça que proíbe greve no Metrô de São Paulo chama movimento de “político”