O vereador Gabriel dos Santos, do partido de Gilberto Kassab (PSD), renunciou na segunda-feira (20), o cargo de presidente da Câmara Municipal de Arujá. O parlamentar vem sendo investigado pelo Ministério Público (MP), sobre forte acusação de manter esquema com o crime organizado, com articulações do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O Ministério Público (MP-SP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou há quase um mês, por meio da Operação Munditia a fim de desarticular um grupo criminoso, associado ao PCC, investigado por inúmeras fraudes em licitação em todo o Estado.
As equipes deram cumprimento a mandados de busca e apreensão em 42 endereços e a 15 de prisão temporária, todos expedidos pela 5ª Vara Criminal de Guarulhos. As ordens judiciais incluem prisão cautelar de agentes públicos, três deles vereadores de cidades do Alto Tietê e litoral.
Segundo a investigação, empresas atuavam de forma recorrente para frustrar a competição nos processos de contratação de mão de obra terceirizada no Estado, notadamente em diversas prefeituras e Câmaras Municipais, inclusive a de Arujá. De acordo com os promotores, havia simulação de concorrência com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. Também há indicativos da corrupção sistemática de agentes públicos e políticos.
Quando o Gaeco esteve na cidade, foi até a residência do vereador e também na Câmara Municipal de Arujá, onde fica a sala da presidência. Segundo apurou a reportagem, teria sido encontrado o valor de R$ 80 mil que ele alega ser proveniente de jogo de golfe, também foram recolhidos documentos para análises de investigação. Gabriel teve pedido de prisão, mas sua defesa conseguiu alterar a situação.
Renúncia:
Nesta semana, ele entregou uma carta de renúncia lida na durante sessão ordinária. O interino Luiz Fernando (PSD) convocou nova eleição da Presidência para quarta-feira (22), às 9h. Em seu quarto mandato como vereador – e pela terceira vez presidente do Legislativo arujaense – Gabriel estava licenciado da função desde o dia 25 de abril, quando o então vice-presidente Luiz Fernando assumiu provisoriamente o comando da Casa de Leis, após o tremendo escândalo. Em discurso na Tribuna, o parlamentar disse ter tomado a difícil decisão de forma “ponderada e com o coração sereno”.
