Há cerca de um mês, uma picape Ford Ranger Raptor ficou famosa nas redes sociais após ”voar” pelas duas de Canoa Quebrada, no litoral de Aracati (CE). O motorista e proprietário da picape, o empresário Valécio Nogueira Granjeiro, havia acabado de retirar a picape de R$ 490.000 da concessionária no momento do incidente.
De acordo com relatos, a picape chegou a voar por mais de 40 metros, atingindo uma altura de cerca de 10 metros antes de bater com força total no chão. O impacto provocou danos generalizados, sobretudo na suspensão, mas não apenas nela.
Picape foi vendida e novo dono quer reconstruí-la
A torção do chassi foi tão intensa que a caçamba acabou empurrando e amassando a parte traseira da cabine, além de ter entortado a estrutura a ponto de emperrar a capota elétrica. Na dianteira, os para-lamas ficaram desalinhados, criando um vão visível em relação ao capô, enquanto o para-lama direito chegou a amassar a base da porta direita.
O conjunto mecânico também não escapou: o cárter do motor quebrou, a caixa de direção trincou, o intercooler ficou amassado e o resfriador de óleo se partiu. A suspensão ainda não foi totalmente avaliada, mas o dono acredita que os danos nesse ponto foram mais contidos, com os amortecedores aparentemente preservados. Já as rodas sofreram bastante: três ficaram amassadas com o impacto do pouso, sendo que em duas delas os raios se soltaram da estrutura. Para completar, todos os sete airbags do veículo foram acionados.
Parte desses danos podem ser vistos no perfil dedicado para a picape que o novo proprietário criou no Instagram, o @raptorvoadoraoficial. Agora sob posse de Alisson Sávio, a picape de apenas 350 km tem promessa de voltar às ruas em breve.
Ford não deu picape para Valécio
A história, no entanto, ganhou mais um capítulo recentemente. Um novo vídeo de Valécio Granjeiro viralizou, levantando rumores de que o antigo dono teria recebido da Ford um voucher de compensação pelo ocorrido — embora valores e detalhes não tenham sido confirmados. As imagens que circulam nas redes mostram os bastidores da suposta entrega de uma nova unidade da Raptor na concessionária CRASA, num clima descontraído que mais lembra uma ação promocional.
A Ford, por sua vez, negou qualquer envolvimento. Em nota oficial, a montadora afirmou:
“A Ford Brasil reforça seu compromisso com a segurança e o uso adequado de seus produtos e esclarece que não promoveu qualquer tipo de venda especial ou desconto atrelado a episódios de direção insegura envolvendo veículos da marca. O conteúdo divulgado não reflete os valores e princípios éticos que guiam a atuação da empresa e lamentamos qualquer ofensa ou desconforto causado. Reiteramos nosso compromisso com a transparência e o respeito em todas as nossas comunicações e ações.”
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Fonte: Motor1.com
Como é a Ranger Raptor?
De tão diferente, a versão Raptor é produzida na Tailândia para abastecer todos os mercados onde é vendida. Por exemplo, as bitolas são mais largas em 256 mm na dianteira e 290 mm na traseira, o que pediu mudanças no chassi. A suspensão dianteira tem a mesma arquitetura, mas a traseira troca o feixe de molas por molas helicoidais.
Nesse conjunto, entram amortecedores da Fox, empresa conceituada no mercado aftermarket pelo trabalho com o fora-de-estrada, que na Raptor são eletrônicos adaptativos e estão entre os maiores segredos para o que essa picape faz. Ela é ajustável pelos modos de condução ou de forma individual por um botão no volante. Aguentam boas pancadas, mas não foram feitos para sobreviver a um uso como o do vídeo que viralizou.
O motor é o 3.0 biturbo, um V6 a gasolina desenvolvido para a Raptor, com 397 cv e 59,4 kgfm de torque, em par com o câmbio automático de 10 marchas que, apesar da mesma família da caixa usada na Ranger V6 normal, é reforçada e com uma relação específica, além da programação das trocas para a Raptor. O sistema de tração integral usa diferenciais blocantes na traseira e dianteira.
