O Fiat Argo Trekking foi lançado em 2019 para competir no segmento de hatches aventureiros, que tinha o Chevrolet Onix Activ e o Hyundai HB20X como principais concorrentes. Os rivais saíram de linha há alguns anos, deixando o modelo da Fiat praticamente sozinho nesse nicho de mercado voltado aos consumidores que ainda não atingiram o orçamento necessário para comprar um SUV compacto.
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Desde o seu lançamento, o Argo Trekking se tornou a versão mais interessante do hatch por combinar uma lista de equipamentos essenciais à suspensão mais alta e robusta para enfrentar a buraqueira do dia a dia. A partir de 2023, esse pacote ficou mais atraente após trocar o motor e.TorQ 1.8 16V e o câmbio automático de seis marchas, que comprometiam a eficiência do hatch, pelo propulsor Firefly 1.3 combinado à transmissão automática CVT.
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É o mesmo conjunto mecânico da versão Drive 1.3 CVT (parte de R$ 103.990), que abre de alguns equipamentos e do visual mais robusto para economizar R$ 3 mil e se posicionar entre os carros automáticos zero quilômetro mais em conta do país atualmente.
Agrada ao volante
Imagem: Guilherme Silva
Tanto no Argo Drive quanto no Trekking, o motor 1.3 flex aspirado com duas válvulas em cada um dos quatro cilindros entrega até 107 cv de potência e 13,7 kgfm de torque. O câmbio automático de variação contínua é programado para simular sete marchas.
Os números da ficha técnica podem não impressionar, mas são suficientes para a proposta de um carro urbano que proporciona uma condução tranquila. O motorista sente a necessidade de abusar um pouco nas acelerações apenas em ladeiras mais íngremes ou caso queira usufruir de uma arrancada mais forte.
Na estrada, o Argo Trekking viaja a 120 km/h o motor trabalhando a cerca de 2.500 rpm e baixo nível de ruído. Os ocupantes ouvem o ronco do motor em retomadas e ultrapassagens, situações que demandam mais potência, obrigando o câmbio a encurtar relações e subir o giro do propulsor.
Caso o motorista queira ter mais controle na condução, pode trocar as marchas simuladas na alavanca. Como no Pulse, um botão no volante aciona o modo esportivo do câmbio para privilegiar o desempenho, fazendo o motor elevar as rotações e, consequentemente, consumir mais combustível.
De acordo com a Fiat, o hatch acelera de 0 a 100 km/h em 11,8 segundos, tempo condizente para um carro sem pretensões esportivas. O Argo Trekking agrada mesmo é por ser comedido no consumo. Durante a nossa avaliação, chegamos a fazer 11 km/l na cidade e mais de 16 km/l na estrada, com gasolina.
Nas medições do Inmetro, o Fiat Argo Trekking fez médias de 9 km/l em percurso urbano e 10,3 km/l em trecho rodoviário com etanol. Abastecido com gasolina, o hatch obteve 12,8 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada.
Aventureiro urbano
Imagem: Guilherme Silva
Mas é na hora de encarar os obstáculos cotidianos que o aventureiro se sobressai em relação à maioria dos hatches e até mesmo alguns SUVs compactos graças aos 18,2 cm de altura livre do solo. As suspensões com 2 cm mais altas que as das demais versões do Argo praticamente ignoram a buraqueira típica e obstáculos comuns nas ruas brasileiras, como lombadas e valetas. Isso combinado aos pneus ATR Scorpion de uso misto que, apesar de ruidosos no asfalto, conferem ao Argo Trekking um pouco mais de valentia em vias de terra batida ou cascalho.
Para combinar com essa dose de valentia, o Argo Trekking se veste com o estilo aventureiro que a Fiat lançou na veterana Palio Weekend Adventure há mais de duas décadas: para-choques com desenho exclusivo, molduras nos para-lamas, racks de teto e adesivos alusivos à versão. O Argo Trekking ainda adiciona grade do tipo colmeia, ponteira de escape retangular e faróis de neblina.
A lista de equipamentos de série teve o acréscimo do controle de cruzeiro devido À adoção do câmbio automático. De resto, o Argo Trekking segue com airbags frontais, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, direção elétrica com ajustes de altura e profundidade, ar-condicionado, travas e retrovisores com acionamento elétrico, rodas de liga leve de 15 polegadas e câmera de ré. A central multimídia segue com a telinha de 7 polegadas, mas a conexão com Android Auto e Apple CarPlay não necessita mais do cabo conectado ao celular.
O Fiat Argo Trekking 2026 CVT tem preço inicial de R$ 106.990, podendo receber o pacote opcional Trekking Top (R$ 3.090), que adiciona ar digital, chave presencial e bancos e volante revestidos de material imitação de couro. As pinturas sólidas branco Banchisa e vermelho Vulcano (R$ 990 cada) e a metálica cinza Silverstone (R$ 1.990), todas com teto preto, também são cobradas à parte. Com todos os opcionais, o Argo Trekking passa dos R$ 112 mil.
Veredicto
O Fiat Argo Trekking CVT é honesto no que diz respeito à sua proposta de ser um carro prático e bom de guiar no uso majoritariamente urbano. No entanto, poderia ter mais equipamentos de segurança, como os airbags laterais que chegaram a ser oferecidos no Trekking 1.8 automático.
Porém, o seu preço completo o coloca no patamar do Pulse Drive 1.3 CVT (a partir de R$ 111.990), que é praticamente o mesmo carro, mas com visual recém-atualizado e maior apelo mercadológico devido à forte tendência dos SUVs compactos.
Imagem: Guilherme Silva
