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Editorial: Dengue em SC: uma luta que precisa de todos

Com a chegada dos dias mais quentes e úmidos, Santa Catarina enfrenta o agravamento de um velho inimigo: o Aedes aegypti. O mosquito, vetor da dengue, chikungunya e zika vírus, encontra no calor e na umidade as condições climáticas ideais para sua reprodução e propagação.

Em 2024, o Estado já contabilizou 350.953 casos prováveis de dengue, 340 mortes e 59.610 focos do mosquito em 255 municípios. Diante de números tão preocupantes, é imprescindível que governos e sociedade unam esforços para conter a doença.

O trabalho governamental tem sido intenso. A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), promove ações como aplicação de inseticidas, capacitação de agentes e ampliação de leitos hospitalares.

Além disso, campanhas educativas buscam engajar a população, já que entre 70% e 80% dos focos do mosquito estão nas residências. A colaboração de cada cidadão é, portanto, crucial para vencer essa batalha.

Medidas simples podem salvar vidas. A Dive alerta que o ciclo do mosquito, do ovo ao estágio adulto, dura apenas sete dias. Por isso, a recomendação é verificar semanalmente todos os locais que possam acumular água: pneus, vasos de plantas, calhas, caixas d’água, bandejas de geladeira e até recipientes pequenos como tampas de garrafas.

Mesmo ambientes secos podem abrigar ovos que permanecem viáveis por mais de um ano e, ao entrarem em contato com a água, completam o ciclo reprodutivo.

Cada fêmea do Aedes aegypti pode colocar até 1.500 ovos durante sua vida, aumentando exponencialmente a população de mosquitos e, consequentemente, o risco de transmissão. Por isso, a ação comunitária é tão relevante quanto o esforço do Poder Público.

Quanto mais nos unirmos em uma vigilância ativa, maior será nossa capacidade de reduzir a incidência de focos e da doença. A população de Santa Catarina precisa estar ciente de que a prevenção começa dentro de casa eque pequenas ações podem fazer uma enorme diferença.

Os números mostram a gravidade do problema, mas eles não precisam ditar o futuro. Com engajamento e consciência, é possível conter o avanço da dengue e proteger a saúde de todos.

O calor e a chuva estão chegando, mas a mobilização de cada um pode fazer com que 2024 seja o ano em que Santa Catarina superou um dos seus maiores desafios sanitários.

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