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Editorial: A inércia que coloca a população em risco

É mais fácil empurrar com a barriga do que buscar soluções eficazes para problemas latentes na sociedade. Dá mais resultado remediar do que propor ações preventivas como ferramentas de segurança e bem-estar. No fim de semana que passou, foi possível confirmar mais uma vez que a inércia da gestão pública atrasa e coloca em risco a população.

Foi preciso uma tragédia, com oito vidas ceifadas – o acidente com o balão em Praia Grande, extremo Sul de Santa Catarina – para que órgãos reguladores e de fiscalização decidissem fortalecer o discurso de que o balonismo, praticado há 60 anos no país, seja considerado agora uma atividade aerodesportista de alto risco.

Com todos os avanços ao longo do tempo, o risco da prática só foi percebido agora? Onde estavam nos últimos 35 anos, período em que o Sul do Brasil recebe o festival internacional de balonismo que movimenta cerca de 70 mil pessoas a cada edição anual. Será que o colorido dos balões não voa tão alto para que as autoridades percebam a importância do setor e o “risco” que já ofereciam?

A demora em encontrar soluções sempre resulta em pagamentos caros. Dessa vez foram oito vidas interrompidas por diversos fatores reais e ainda desconhecidos, mas jamais poderá deixar de ser registrada a ausência do estado em modalidades que parecem inofensivas.

Basta relembrar da Boate Kiss, em 2013, quando 242 jovens morreram após a casa noturna pegar fogo. Nunca se viram tantos órgãos fiscalizando as estruturas. Hoje resta o silêncio. O rompimento da barragem de Brumadinho (MG) teve mais de 240 mortes. O Brasil se comoveu, vistorias e exigências foram feitas, mas o assunto parece ter caído no esquecimento.

No caso dos ataques em escolas de Santa Catarina, há a promessa de disponibilizar diversas ferramentas e até agentes de segurança nas unidades. Até hoje, pais e professores esperam que a medida seja efetiva. Deputados estaduais até apresentaram projetos de lei para regulamentar, regularizar e garantir mais segurança. Todos se mantêm no limbo da burocracia da tramitação de matérias.

Não são assuntos em alta agora. O acidente em Praia Grande já tem até projeto de lei na Assembleia Legislativa e interesse do governo federal de regulamentar algo que lhe era invisível.

São essas indiferenças no trato com a coisa pública que promovem crises tão chocantes e dolorosas como as que presenciamos nesta semana. Que não se repita a incapacidade e insensibilidade de quem conduz a máquina pública, seja no ar, na terra ou no mar.

Passou da hora de os governos nas três esferas serem proativos e não esperarem pela perda de vidas de quem queria apenas um momento de alegria próximo de pessoas especiais.

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