Divulgação/Beel Films/HiveStock
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Bruna Cassapietra e Laura Terra são amigas desde a primeira infância, mas foi depois de sete anos longe uma da outra que a ideia de uma parceria de negócios surgiu. Formada em Teatro, Terra decidiu fundar uma produtora para ajudar marcas e agências a criarem conteúdos audiovisuais com mais autenticidade — e encontrou na amiga, formada em Rádio e TV, a parceira ideal. “A Beel Films nasceu em 2016. Nós tínhamos 24 anos, éramos recém-formadas e aprendemos muito com a mão na massa”, relembra a cofundadora e produtora executiva.
Depois de anos de atuação no mercado nacional, com uma base sólida de clientes e a expansão para o atendimento integral — da criação à pós-produção —, a dupla inaugurou uma filial nos Estados Unidos, em Miami: o Studio Beel. “Esse movimento, em 2024, veio com a proposta de levar a nossa criação para as multinacionais”, conta Laura.

Agora, a aposta das sócias é integrar o talento humano e a experiência de profissionais do setor às possibilidades da inteligência artificial. “O HiveStock surgiu sem pretensão. Nós estávamos apenas testando as plataformas de geração de imagens por IA”, diz a executiva. A virada de chave, no entanto, veio a partir de uma demanda recorrente dos clientes. “Entendemos que poderíamos criar conteúdos específicos, de acordo com as peculiaridades de cada entrega, dentro de orçamentos limitados.”
Terra explica que, por conta do custo de uma produção autoral, alguns contratantes recorrem a bancos de imagem para viabilizar projetos. O problema, segundo a produtora, é que os bancos tradicionais ainda carecem de um repertório amplo de fotos e vídeos de pessoas brasileiras ou com características latino-americanas. “Gringo tem cara de gringo, não tem como fugir”, brinca.

Em casos mais extremos, o uso da IA possibilitou as chamadas “gravações impossíveis”. “Agora podemos criar um vídeo dentro de um vulcão”, exemplifica.
Apesar das inovações trazidas por ferramentas como Veo 3, Sora e Midjourney, utilizadas pela Beel , a verdadeira mágica acontece nas mentes por trás dos prompts. “A gente vê muita propaganda falsa. Algo como: ‘Em cinco segundos você pode criar um vídeo digno do Oscar.’ Não é assim que funciona.”
Terra explica que, para que a inteligência artificial realmente compreenda o que se espera, é preciso uma base bem estruturada. Em alguns casos, os profissionais criam uma “pré-montagem”, descrevem o tipo de iluminação, cores, posições e detalhes esperados para um resultado final adequado.
“Quanto mais qualificação as pessoas tiverem para usar as plataformas, melhores serão os resultados. A ferramenta otimiza tempo e custos, mas não substitui o talento humano. Não tem como deixar o computador ligado, ir fazer outra coisa, e quando voltar o vídeo está pronto. Isso ainda não existe”, finaliza.