Três dias depois da operação nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, moradores da região ainda não retomaram a rotina. A Polícia Militar mantém o policiamento reforçado nas principais ruas da Penha, e vias expressas, mas parte do comércio do bairro permanece fechado. 
Várias ruas seguem sem luz desde terça-feira (28), quando um transformador foi atingido por tiros. A concessionária Light informou que uma equipe já está providenciando o reparo do equipamento.
Ainda por causa da sensação de insegurança, bares e casas de shows anunciaram o cancelamento de eventos nesta sexta-feira (31), assim como no sábado (1º) e domingo (2). Escolas de samba também suspenderam os ensaios de rua neste fim de semana.
A sexta-feira começou com uma homenagem silenciosa aos quatro policiais que morreram na Operação Contenção. A Organização Não-governamental Rio de Paz fincou na areia da Praia de Copacabana quatro cruzes com camisas das Polícias Civil e Militar, e as fotos dos dois PMs e dois agentes da Civil.
Já o Instituto Médico Legal começou a liberar os corpos dos mortos na operação contra o crime organizado. Pelo menos 100 já foram identificados depois da necrópsia, o exame detalhado que revela a causa e as circunstâncias da morte. Os laudos, no entanto, só devem ser divulgados em um prazo de 10 a 15 dias.
As informações foram divulgadas por deputados federais e estaduais que fizeram uma diligência no IML da capital na tarde desta quinta-feira (30). Uma comitiva de parlamentares cobrou permissão para que os familiares possam ver os corpos antes do recolhimento pelas funerárias, o que não vem sendo feito. O argumento, segundo informou a deputada federal Jandira Feghali, é que o espaço limitado do Instituto não permite esse acesso.
