04 de outubro de 2024 08:05

Alto Tietê é beneficiado com regulamentação inédita do cultivo de cogumelo

Iniciativa fortalece as políticas públicas para o setor, estimula a ampliação da atividade e apoia os produtores da região, que é referência nacional na produção de fungos Foto: Divulgação/CONDEMAT+

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A agricultura da área do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (CONDEMAT+) ganhou um importante incentivo com a assinatura da resolução de Regulamentação da Fungicultura, realizada nesta quinta-feira (13), durante evento promovido em Mogi das Cruzes. São Paulo é o primeiro estado brasileiro a implementar a classificação, o que abre portas para o avanço do setor. O cultivo de cogumelo é uma importante atividade da região, que a cada ano injeta pelo menos R$ 28 milhões na economia local com a produção de cerca de seis mil toneladas do alimento. O CONDEMAT+ também apresentou uma série de pleitos à Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (SAA) para melhorar e fomentar a agricultura regional.

Até agora, o cultivo de cogumelo no Estado era enquadrado na categoria de olericultura, que regulamenta a produção de legumes e verduras. Com a assinatura da resolução, a atividade passa a ter sua própria classificação, o que possibilita a criação de políticas públicas para o setor, o fomento e o estímulo para a ampliação da atividade.

Nossa região é reconhecida como o Cinturão Verde do Estado e nossos agricultores estão sempre em busca de oportunidades e investimentos para melhorar o setor. Essa regulamentação vai fortalecer cada vez mais o cultivo de cogumelos e trará garantias para os produtores, gerando renda, empregos e melhoria na qualidade de vida. Nossa região é a maior produtora nacional do alimento e a resolução vai abrir diversas possibilidades, como a ampliação de seu uso em nossa merenda escolar”, apontou o presidente do CONDEMAT+, Vanderlon Gomes, prefeito de Salesópolis.

O secretário executivo da SAA, Edson Fernandes, reforçou que a iniciativa trará impactos positivos além do âmbito nacional. “Essa regulamentação é um marco, traz segurança jurídica e abre portas para o setor de fungicultura de São Paulo, que é líder nacional com 80% da produção. Com isso, a atividade passa a ter uma classificação correta e abre caminho para ter reconhecimento junto ao CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) da Receita Federal. Esperamos que o Ministério da Agricultura dê continuidade ao trabalho para facilitar a produção e comercialização, além da importação de insumos interligados à cadeia”, destacou.

A SAA busca fomentar, ainda, por meio dos institutos estaduais, novas pesquisas e inovações para apoiar o setor, assim como linhas de crédito que beneficiem os produtores.

A produção de cogumelo movimenta cerca de US$ 50 bilhões no mercado mundial, número que tem potencial para alcançar US$ 100 bilhões nos próximos seis anos. “Hoje somos mais de mil produtores de cogumelos só no estado de São Paulo. É uma cadeia virtuosa e altamente tecnificada”, analisou o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cogumelo, Daniel Gomes.

De acordo com Renato Abdo, diretor executivo do Instituto de Desenvolvimento da Horticultura no Estado de São Paulo (APHORTESP) – uma das entidades que propôs a regulamentação da atividade -, a iniciativa vai “impulsionar outros estados a fazerem suas próprias regulamentações”. O evento contou com a participação do coordenador da Câmara Técnica de Agricultura do CONDEMAT+, Felipe Almeida, secretário de Agricultura de Mogi das Cruzes, da presidente da Câmara Setorial de Fungos e Cogumelos, Suzana Lopes de Araújo, de agentes municipais das cidades do consórcio e de representantes de entidades da região.
 
Demandas regionais
A diretoria do CONDEMAT+ solicitou à SAA diversos pleitos para fomentar a agricultura na área do consórcio, atividade que representa anualmente cerca de R$ 1 bilhão para a economia regional. A implantação da Casa do Mel, investimento aliado ao Arranjo Produtivo Local (APL), busca fortalecer a produção do alimento na região, assim como investimentos nas Casas de Agriculturas da área, a revisão da Tabela da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com foco na agricultura familiar, e a aquisição de novos equipamentos para a manutenção das estradas rurais.

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